quinta-feira, 11 de junho de 2015

Imagem em movimento e vídeo arte

Imagem em movimento e vídeo arte 
Professora:Marlise Stapait
Turmas: 1ºs Anos  A, B, C, D e E Matutino/Ensino Médio
Aquelas pinturas que vimos lá nas cavernas da pré-história e todas as artes que conhecemos durante nosso passeio pelo museu apresentam imagens estáticas. Os objetos, as pessoas ou os animais talvez estivessem em movimento quando o artista os retratou, mas nós os vemos parados. Às vezes essas imagens até podem dos dar a impressão de movimento, porém estão cristalizadas, por assim dizer.
Algumas pessoas não se conformavam com isso. Queriam reproduzir o próprio movimento, e não apenas sugeri-lo. E durante muito tempo andaram procurando um jeito de alcançar seu objetivo.
Até que um dia, no final do século XIX, chegou-se a bom resultado.
A coisa funcionou mais ou menos assim:
Imagine uma criança correndo, por exemplo. Agora imagine que você tem uma máquina fotográfica na mão e fotografa cada movimento realizado pela criança. É um pé que se levanta, enquanto o outro se estica. São os braços que se mexem para a frente e para trás.
Imagine que você fotografou tudo isso e agora está com as fotos na mão. Se você as passar rapidamente diante dos olhos, como se estivesse “folheando” as cartas de um baralho, vai ver essa criança correndo. Mas melhor ainda seria projetar essas fotos na parede com a mesma velocidade com que as “folheamos”. Aí o movimento seria idêntico ao da criança.
Esse é o princípio básico do cinema – ou cinematógrafo, como se chamava antigamente – resultado de várias tentativas realizadas na Europa e nos Estados Unidos ao longo de anos.
Graças aos irmãos Lumiére, no dia 28 de dezembro de 1895 realizou-se no Grand Café, em Paris, a primeira sessão de cinema do mundo. 
No começo o cinema era mudo. O público via a imagem do ator ou da atriz movendo os lábios, falando alguma coisa, e em seguida lia essa fala num quadro que aparecia sozinho na tela. Enquanto as imagens se sucediam na tela, uma pessoa ficava tocando piano o tempo todo dentro da sala de exibição. A música ajudava a criar o clima que a cena requeria: romântico, festivo, sombrio, assustador etc. Era a trilha sonora da época. Alguns diretores encomendavam aos compositores músicas específicas para seus filmes. E, embora o piano fosse o instrumento  mais usado, eventualmente uma orquestra inteira tocava durante a projeção.
Em 1927 o espectador ouviu pela primeira vez a voz de um ator na tela. Foi no filme O cantor de jazz, em que  AI Jonson, interpretando o protagonista, ou seja, a personagem principal, falou e cantou apenas por alguns instantes. Mas isso já foi um progresso enorme.
Nas décadas seguintes o cinema ganhou cor, ampliou a tela, aprimorou a imagem e o som, criou efeitos especiais cada vez mais espetaculares – enfim, não parou de  evoluir.
Embora seja uma arte jovem em comparação com as outras, o cinema logo se popularizou no mundo inteiro, atraindo para as salas de projeção gente de praticamente todas as classes sociais.  Se houvesse nota para “democratização” na arte, a invenção dos irmãos Lumière com certeza teria nota dez, não só por se difundir entre as diferentes camadas da população, mas também por atender a todos os gostos.
Há os chamados “filmes de arte”, que abordam temas profundos ( ou aparentemente profundos); há dramalhões de arrancar lágrimas; há musicais,  engraçados ou não, que dão contada de sair do cinema cantando  e dançando ; há superproduções com milhares de pessoas em cena; há filmes de aventura, de guerra, de pancadaria, de terror, de suspense... Há de tudo e para todos, como convém a uma arte tão democrática.
O barateamento e a difusão do vídeo no fim da década de 1960 incentivam o uso não comercial desse meio por artistas do mundo todo, principalmente por aqueles que já experimentavam as imagens fotográficas e fílmicas. O vídeo e a televisão entram com muita força no trabalho artístico, freqüentemente associados a outras mídias e linguagens.
Antes disso, o vídeo era usado apenas para fins comerciais, como para a televisão e treinamento em empresas. Seu início foi marcado pelo alto preço dos equipamentos o que limitou essa linguagem a artistas de países desenvolvidos, onde o acesso à tecnologia era menos custoso.
Os artistas do Fluxus procuraram, através dos novos suportes audiovisuais, criar uma espécie de “contra-televisão” e justamente fazer uma critica aos ideais desse meio e dos modelos comerciais da época, subvertendo seu uso mais freqüente.
O grupo Fluxus desenvolveu uma atuação social e política radical que contestava o sistema museológico, tiveram um profundo impacto nas artes das décadas de 60 e 70 a partir de sua postura radical e subversiva, trabalhava com o efêmero, misturando arte e cotidiano, visando destruir convenções e valorizar a criação coletiva 
O primeiro brasileiro a mostrar publicamente obras de videoarte foi possivelmente Antônio Dias, mas isso aconteceu no contexto italiano, onde ele vivia.
Cada vez mais as obras articulam diferentes modalidades de arte como dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura, desafiando as classificações habituais, questionando o caráter das representações artísticas e a própria definição de arte. 
A introdução do vídeo nesse universo traz novos elementos para o debate sobre o fazer artístico. A videoarte é definida como o resultado de relações entre espaço, tempo, luz e campo de visão do observador, o uso de vídeo almeja transformar de modo radical as coordenadas desse campo perceptivo, dando novo sentido ao espaço da galeria e às relações do observador com a obra. Colocado numa posição intermediária entre o espectador do cinema e o da galeria, o observador/espectador da obra é convocado ao movimento e à participação.
Uma nova forma de olhar está implicada nesse processo, distante da ilusão projetada pela tela cinematográfica e da observação da obra tal como costuma ocorrer numa exposição de arte. O campo de visão do espectador é alargado, transitando das imagens em movimento do vídeo ao aspecto envolvente da galeria. As cenas, os sons e as cores que os vídeos produzem, menos do que confinados ao monitor, expandem-se sobre e ou redor das paredes da galeria, conferindo ao espaço um sentido de atividade: o olho do espectador mira a tela e além dela, as paredes, relacionando as imagens que o envolvem.
Fontes:
FEIST, Hildegard. Pequena viagem pelo mundo da arte. Editora Moderna, São Paulo, 2002.

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